quarta-feira, 28 de maio de 2014

Desabafar chorando é bom... Refletir sobre tudo é melhor, mas a superação tem que imperar.

       

Venho através desta, explicitar o relato do caso do meu filho Altemir Júnior, que foi postado nas redes sociais. Primeiramente, em momento algum julguei a competência profissional dos Doutores Maximo Vegas Zapata e Jasone Ferreira da Silva e demais profissionais da saúde. Meu questionamento é quanto a DECISÃO de não ter encaminhado meu filho para Rio Branco em tempo hábil de evitar a infecção, mesmo sabendo que no Hospital Sansão Gomes não havia medicamento, para combater a mesma. Motivo pela qual meu filho quase perdeu o pé esquerdo, deixando graves sequelas.

Conforme foi relatado na postagem anterior:

O acidente ocorreu no domingo dia 02/03/2014, por volta das 05:30 horas (cinco horas e trinta minutos). Vendo a grave situação que se encontrava o pé do meu filho, perguntamos ao Doutor Jasone se havia necessidade de leva-lo para Rio Branco, onde se tem mais recursos. A resposta foi negativa, dizendo que não era necessário, pois todos os procedimentos a serem feitos, já tinham sido feito. Assim, fiquei “mais tranqüilo”, achando que meu filho estava recebendo toda medicação devida para evitar a infecção. Pois no caso de Fratura exposta, o risco de infecção ocorre após 10 horas do acidente, conforme informações abaixo.


FRATURA EXPOSTA: Definição: Segundo o Dr. Michael W. Chapman, uma fratura exposta é aquela na qual uma ruptura na pele e tecidos moles subjacentes se comunica diretamente com a fratura e seu hematoma.

Qual a importância do tempo no atendimento ao fraturado? 

O tempo livre de FRIEDERICH
O tempo livre de Friederich é o tempo de duração do ciclo do germe, que é de aproximadamente 10 horas, após o que a ferida é considerada infectada, por haver a multiplicação bacteriana (caso for atendida após 10 horas do acidente).

Portanto, até 10 horas do acidente uma ferida é considerada contaminada - após 10 horas sem tratamento, podemos considerá-la como sendo infectada.

 Até 10 h após o ferimento é o tempo máximo dentro do qual pode-se fechar, em princípio, um ferimento aberto. É importante lembrar, no entanto, que a percentagem de infecções é 10 a 20 vezes superior à de outras fraturas fechadas.

AS infecções são, portanto uma complicação da fraturas expostas, e os germes causadores mais comuns destas infecções ósseas são:

·         Os Streptococos
·         Os Stafilococos

ANTIBIOTICOTERAPIA

Os antibióticos para as fraturas expostas não devem ser considerados profiláticos, mas sim terapêuticos, uma vez que estas feridas estão contaminadas por bactérias. O papel dos antibióticos é destruir os organismos residuais ou inibindo seu crescimento até o momento em que os mecanismos de proteção do hospedeiro tenham condições de eliminá-los.

BIBLIOGRAFIA

 1. ROCKWOOD JR, Charles, A. Fraturas em adultos. Editora Manole: São Paulo, 1995.  2 RITTMANN, Willy-Werner MATTER , Peter. A Fratura Exposta. Ed. Manole Ltda: São Paulo, 1978. 3. BURRI, C. Cirurgia do trauma . EPU: São Paulo , 1978.  4. OTTOLENGHI, Carlos E. Fraturas Expostas. Ed. Universitário de Buenos Aires: Buenos Aires, 1978.  5. HOWARD, S. An. Manual do Residente em Ortopedia. Editora Revinter ltda: Rio de Janeiro, 1995. 6. BROWN, David E. e cols. Segredos em Ortopedia. Artes Médicas: Pôrto Alegre, 1996.  7. SKINNER, David e cols.ABC of major Trauma. BMJ: London, 1996.  8. Browner, Jupiter, Levine e Trafton. Traumatismos do sistema musculoesquelético, 2ª ed. São Paulo, 2000. 9. T.P.Ruedi, W.M.Murphy. Princípios AO do Tratamento de Fraturas. Artmed. 10. C. A. J. Pacolla. Fraturas expostas Revista Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. São Paulo, 2001.


Na Segunda-Feira dia 03/03/2014, logo após fazer o curativo por volta de 08:00 (oito) horas da manhã, percebemos que estava necrosando. Perguntamos dessa vez, para Dr. Maximo, - não é melhor encaminhar para Rio Branco? Novamente a resposta foi negativa, não é necessário esta tudo bem, tudo sob controle. Passam as horas e meu filho com muitas dores, e por volta de 20:00 (vinte) horas da noite. Os Doutores Maximo e Jasone, começam a retirar as partes necrosadas.
 Ao sair da sala, o Dr. Jasone diz:
 “O inesperado aconteceu, deu uma infecção e é uma das bactérias mais agressivas, aqui no hospital não tem medicamento e já liguei para Feijó lá também não”.

Somente após a confirmação da presença de uma bactéria bastante agressiva e o pé já exalando mau cheiro é prescrito pelos médicos o METRONIDAZOL, ficando sendo medicado basicamente de Diclofenaco e Dipirona durante 36 horas.

Conforme citado anteriormente, após 10 horas do acidente há risco de infecção, podendo ser evitado com o uso de antibióticos, que tem o papel de destruir os organismos residuais ou inibindo seu crescimento até o momento em que os mecanismos de proteção do hospedeiro tenham condições de eliminá-los


Prescrição Médica do HUERB - (04/03/2014)

Na terça-feira dia 04/03/2014, meu filho foi encaminhado para o HUERB (Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco) e lá chegou com infecção de 4º grau e com risco de amputação do pé esquerdo segundo Laudo Médico do HUERB e Laudo Médico do TFD/TK.
Laudo Médico do TFD de Tarauacá-Acre - (04/03/2014)
Laudo Médico do HUERB - (04/03/2014)

No Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco - HUERB, foi feito três cirurgias para evitar a perda do pé, depois de mais de 20 (vinte) dias hospitalizado viajou para Porto Velho - RO no dia 03/04/2014, para submeter a uma cirurgia para enxerto de pele na parte lesionada no dia 09/04/2014, resultando ainda na perda do calcâneo do pé esquerdo.

ENFIM, TUDO ISSO PODERIA TER SIDO EVITADO SIMPLESMENTE PELO USO DE MEDICAMENTOS QUE COMBATESSEM A INFECÇÃO EM TEMPO HÁBIL.

Aqui fica um desabafo de um pai e toda a família, que sofre vendo a vida e os sonhos de seu filho de 21 anos, que cursava o 3° período de Educação Física, ser adiados ou até mesmo interrompidos por conta deste lamentável fato.

Desabafar chorando é bom... 
Refletir sobre tudo é melhor, mas a superação tem que imperar.

Escrito por: Altemir Neri

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