sábado, 25 de junho de 2011

Errar na escolha da faculdade pode comprometer carreira

Para especialistas, nome da instituição ainda conta, embora comportamento e habilidades estejam ganhando espaço.

Ainda que as empresas considerem mais o perfil comportamental e as habilidades técnicas dos profissionais na hora de contratá-los, levar em conta a qualidade na hora de escolher a faculdade é o primeiro passo para uma carreira bem sucedida. Pois quando o curso é mal avaliado pelo Ministério da Educação ou mesmo fechado, o currículo pode ficar prejudicado.

Embora a dinâmica do mercado de hoje seja valorizar jovens talentos, independentemente de onde eles vieram, a reputação da faculdade conta pontos, principalmente para aqueles que estão iniciando a carreira. “Em processos seletivos, eu diria que 30% é a faculdade e 70% é a atitude do candidato”, afirma o responsável pela seleção do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágio), Erick Sperduti. E se os 30% estiverem prejudicados de alguma forma, as chances diminuem.

Erick explica que, nos casos em que o curso é fechado por conta de demanda, não existem grandes prejuízos ao currículo do profissional. Porém, nos casos em que o curso é fechado devido à má qualidade, a coisa muda de figura.

“Muitas empresas que querem jovens talentos balizam suas contratações com a faculdade”, afirma o consultor e headhunter Cristiano Luiz Rosa, professor de Recursos Humanos da Veris Faculdades, que alerta: “nem sempre quem é bem avaliado pelo MEC está empregado”.
 
Conta ou não conta?

Por mais que o comportamento esteja ganhando cada vez mais espaço no mercado, quem se formou em faculdades de primeira linha tem mais chances. E os próprios estudantes sabem disso, na avaliação de Rosa.

“O mundo acadêmico cria valores e competências técnicas. Quem não conseguiu isso pode entrar no mercado por méritos que estão além disso. Mas a maioria não vai conseguir se manter nesse ambiente”, considera o professor.

Para Erick, o mercado está mais maduro e procura talentos onde menos se espera que eles estejam. “Claro que existe a possibilidade de um curso de má reputação prejudicar a carreira do jovem profissional, mas o mercado está mais competitivo e devemos considerar que nem todos os que se formam em faculdades de primeira linha são bons”, explica Sperduti.

Construindo alternativas

Apesar de contar pontos, diante das mudanças cada vez mais rápidas do mercado, uma boa faculdade não é o único caminho para quem quer ter sucesso na carreira. Exatamente por estar mais dinâmico e competitivo, o mercado permite rotas alternativas para quem não teve a oportunidade de estudar nas faculdades mais conceituadas.

Os especialistas consultados concordam que os profissionais que estão mais preocupados com a formação constante de suas carreiras conseguem um crescimento sustentável, independentemente de onde se formaram.

Sperduti acredita que, quanto mais cursos, melhor. “Busque aprender idiomas, fazer mais cursos de extensão e se preocupe também em fazer trabalhos voluntários”, afirma. “Quem não conseguiu uma boa formação pode 'limpar' o currículo com uma boa pós-graduação ou um MBA de primeira linha”, atesta Rosa.

O importante, na avaliação dos especialistas, é focar no aprimoramento profissional e estar atento às novidades do mercado no qual atua. "É possível construir caminhos. Mas os jovens não devem abrir mão da qualidade pelo preço", afirma o professor da Veris.

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