sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Convenção ressalta bom momento da contabilidade

Jornal do Comércio / RS

Evento na Serra gaúcha reúne 1,6 mil pessoas até esta sexta-feira

Gilvânia Banker

A 13ª edição da Convenção da Contabilidade, organizada pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), que se encerra nesta sexta-feira à noite, foi marcada pela avaliação positiva de participantes e promotores com relação à qualidade das palestras. Os auditórios da ExpoGramado estiveram lotados durante todo o dia de quinta-feira. “O público está bastante participativo”, comemorou o presidente do Conselho, Zulmir Breda, satisfeito com o bom momento em que vive a contabilidade brasileira. A Feira de Oportunidades também atraiu a atenção dos participantes do evento.

Além de debater as modificações técnicas da área, os 1,6 mil participantes também puderam ouvir a palestra do auditor independente João Verner Juenemann que falou sobre a governança corporativa e as alternativas de mercado. O trabalho e o relacionamento com os clientes com as alterações da contabilidade foram abordados pelo vice-presidente técnico do CRCRS, Antônio Carlos de Castro Palácios.

Esquentando o clima frio da Serra gaúcha, as palestras motivacionais deram o tom de entusiasmo ao evento contábil. O consultor organizacional e especialista em Competências de Liderança Eduardo Shinyashiki realizou a palestra Vencendo Desafios e Construindo Futuros. A palestrante Nelma Penteado sacudiu a autoestima dos contadores falando da importância do equilíbrio interior para o sucesso profissional. Criatividade e inovação também são fundamentais para promover a competitividade da empresa, este foi o tema do consultor em gestão empresarial Waldez Ludwig.

O Novo Código de Ética da profissão também ganhou destaque na programação em Gramado. A palestra do professor da Universidade de São Paulo (USP) Clóvis de Barros Filho foi ouvida por centenas de contadores. O ponto de vista da Receita Federal do Brasil (RFB) para a implantação da nova contabilidade será abordada, nesta sexta-feira, pelo auditor fiscal Luiz Eduardo de Oliveira Santos.

Experiências com a adoção da IFRS foram destaque

A adaptação às normas internacionais da contabilidade tem sido foco de atenção dos contadores no Brasil. A International Financial Reporting Standards (IFRS), os seus efeitos e os desafios enfrentados pelos profissionais foram o foco durante a programação de quinta-feira na XIII Convenção de Contabilidade. A implementação da IFRS foi debatida amplamente entre os contadores. Um dos painéis que abordou o tema trouxe a experiência da adequação de duas empresas, a Famastil-Taurus e o Grupo AGCO na América do Sul.

De acordo com a responsável contábil da Famastil, Fabiana de Abreu Espich, o processo se iniciou em 2008, com treinamentos e diagnósticos da instituição. “Houve uma necessidade de mudança de paradigma”, conta Fabiana. Só entre 2008 a 2009, a empresa conseguiu implantar os 15 Comitês de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que traduzem e adaptam as normas internacionais para a contabilidade brasileira. Em 2010, foram implantados os demais, como o estoque, provisões, passivos contingentes, apresentação das demonstrações, imobilizado, entre outros itens.

Para o diretor da AGCO Marco Antônio Brito, a implantação das normas internacionais só foi possível com o apoio e a conscientização de toda a diretoria. A AGCO é uma empresa estrangeira e segue as normas contábeis americanas, porém, a IFRS é europeia e, em razão disso, a adaptação aconteceu gradativamente. “Podemos dizer que estamos 100% adaptados ao modelo europeu”, comenta Brito.

Belo Horizonte vai assessorar Capital a implantar Nota Fiscal Eletrônica

A Capital gaúcha terá a parceria de Belo Horizonte para implantar o sistema de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e a Declaração Eletrônica de Serviços de Instituições Financeiras (DES-IF). Foi assinado nesta quinta-feira o protocolo de intenções entre o município e a prefeitura da capital mineira, por meio da Empresa de Informática e Informação de BH (Prodabel), que estabelece as bases da parceria entre as cidades para utilização do sistema desenvolvido em Minas Gerais, referência no Brasil por estar de acordo com o padrão homologado pela Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais.

Na quarta-feira, o Jornal do Comércio publicou projeção da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal (Aiamu) segundo a qual a prefeitura deixa de arrecadar R$ 90 milhões por ano em função de não adotar a NF-e.

O secretário municipal da Fazenda, Roberto Bertoncini, e o diretor-presidente da Procempa, André Imar, juntamente com o secretário de Finanças de Belo Horizonte, José Afonso Beltrão da Silva, e o presidente da Empresa de Informática e Informação de BH (Prodabel), Paulo Moura, assinaram o documento que formaliza a parceria.

De acordo com Bertoncini, o aporte tecnológico oferecido por Belo Horizonte permitirá a implantação do sistema de NF-e e DES-IF de forma padronizada. “O novo sistema vai aumentar os recursos arrecadados e dar maior segurança, agilidade e eficiência nos trabalhos de processamento e arquivamento de notas fiscais. A ferramenta também ampliará a eficiência na arrecadação e na fiscalização de tributos”, afirmou.
Para o secretário de Finanças de Belo Horizonte, José Afonso Beltrão da Silva, a parceria possibilita a transferência de tecnologia para que Porto Alegre obtenha os benefícios decorrentes das duas notas fiscais. “O sistema permite melhorar a arrecadação municipal, além de compartilhar com o governo federal informações padronizadas”, destacou. O presidente da Prodabel, Paulo Moura, disse que o convênio entre as duas capitais reflete a relevância dos serviços de informática na melhoria dos processos e serviços das administrações municipais à população.

A expectativa é de que, no período de seis a oito meses, o sistema esteja implantado e funcionando. A Secretaria da Fazenda deverá investir de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões na implantação da Nota Fiscal de Serviços eletrônica. Para tanto, já foram realizados trabalhos de atualização da base tecnológica da Secretaria Municipal da Fazenda, que se iniciaram com a contratação do Sistema Integrado de Administração Tributária (Siat), evoluíram para o aerolevantamento e terão continuidade com a adoção da Nota Fiscal de Serviços eletrônica.

Fonte: Fenacon

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