A Polícia Federal (PF) instaurou, na tarde desta sexta-feira (12), um inquérito policial para apurar possível prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional pelo banco Panamericano. Entre eles estão gestão fraudulenta, prestação falsa de informações aos órgãos competentes e inserção de elementos falsos em demonstrativos contábeis.
A investigação está sob responsabilidade da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), da Superintendência Regional do Estado de São Paulo, e foi baseado em fatos divulgados pelo banco, bem como em nota à imprensa publicada pelo Banco Central (BC).
Na quinta (11), o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo também instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar eventuais ilícitos cometidos pelo banco e acompanhar a fiscalização do Banco Central (BC) sobre a instituição.
Os responsáveis pela investigação são os procuradores da República Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo e Anamara Osório Silva.
O controle acionário do Panamericano havia sido assumido pelo Grupo Silvio Santos em 1969. Pouco antes de a crise envolvendo o banco estourar, a Caixa Econômica Federal adquiriu 49% das ações. Os 51% restantes, que ainda pertencem ao grupo, podem precisar ser vendidos para pagar um empréstimo de R$ 2,5 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que foi usado para restabelecer o equilíbrio patrimonial da instituição.
De acordo com o presidente do BC, Henrique Meirelles, do rombo de R$ 2,5 bilhões apurado na contabilidade da instituição financeira, cerca de R$ 2,1 bilhões são referentes a desequilíbrios do próprio banco e R$ 400 milhões relacionados a administração de cartões de crédito. Meirelles não deu detalhes sobre as inconsistências contábeis do Panamericano e disse que não é competência do BC fiscalizar o setor de cartões de crédito.
Nesta terça (9), o “Estado de S. Paulo” publicou que o banco foi vítima de uma fraude descoberta há cerca de um mês pelo BC. De acordo com o jornal, diretores do Panamericano registraram ativos e créditos fictícios para inflar os resultados. A fraude não teria sido percebida pelos controles internos da instituição nem por auditores independentes.
Fonte: www.abril.com.br
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