quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Salário mínimo para 2011 deve ter aumento real, sinaliza Dilma

Azelma Rodrigues e Rafael Bittencourt

Valor - 03/11/2010 12:31


BRASÍLIA - O governo decide hoje o novo valor para o salário mínimo de 2011, informou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que está reunido neste momento com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tomar esta decisão.

Há pouco, Lula deixou claro que a presidente eleita Dilma Rousseff será consultada nesta decisão. Em entrevista coletiva, Dilma informou que o novo mínimo poderá ter reajuste acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “Estamos avaliando se é possível fazer uma compensação para 2011”, afirmou.

Dilma lembrou que, pela política atual, o reajuste do salário mínimo é determinado pela inflação, acrescida da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. No caso de 2009, devido à crise, a variação do PIB ficou abaixo de zero. Por isso, ela sinalizou que o governo pode dar alguma compensação.

“Se o PIB continuar crescendo a taxas que esperamos, em 2014 o mínimo estará acima de R$ 700”, disse Dilma. "Se não tiver nenhuma alteração, em 2011 já estaria acima de R$ 600." Pouco antes, em conversa com jornalistas ao lado de Dilma, o presidente Lula lembrou que essa regra para o reajuste do salário mínimo é válida até agora, mas, para o futuro, o Congresso terá de aprovar projeto de lei enviado pelo governo sobre o tema. Em 2011, o governo Dilma terá maioria no Congresso; portanto, não deve enfrentar dificuldade para aprovação.

O presidente não perdeu a oportunidade de criticar a promessa do candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB), de elevar o salário mínimo a R$ 600. “Essa promessa do Serra era uma promessa de última hora. Tem gente que ainda trata o povo como massa de manobra. O povo está sabido e é por isso que a Dilma ganhou as eleições sem precisar fazer promessas falsas”, afirmou.

O governo precisa definir o valor do novo mínimo para que o Congresso aprove a proposta de Orçamento da União para 2011 até dezembro.

(Azelma Rodrigues e Rafael Bittencourt - Valor)



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