Apesar de ser uma informação muito positiva em si, traz consigo a indicação de que a população está ficando mais velha.
Por Eduardo Pocetti, http://www.administradores.com.br/
O Brasil está mudando em diversos sentidos, e é justamente por isso que precisamos planejar muito bem nosso futuro e nos preparar para os inúmeros desafios que estão por vir. O IBGE nos informa que a expectativa de vida média do brasileiro continua avançando, tendo atingido 73,2 anos em 2009, ante 72,7 anos em 2008.
Apesar de ser uma informação muito positiva em si, traz consigo a indicação de que a população está ficando mais velha. Percebemos que o Brasil está deixando de ser um país de jovens para se tornar uma nação madura.
O contingente de brasileiros na chamada terceira idade cresce também de acordo com o avanço da expectativa de vida. Por isso, a tendência é de que haja um aumento no número de aposentados. Isto pode representar problemas para o equilíbrio do sistema de previdência oficial do país.
Atualmente, o sistema previdenciário brasileiro já dispõe de um instrumento para compensar o crescimento da população pertencente à terceira idade. O chamado fator previdenciário estabelece gatilhos de proteção que desestimulam a aposentadoria precoce.
Por exemplo, em razão do aumento da expectativa de vida do brasileiro anotado pelo IBGE, o benefício pago aos trabalhadores que se aposentarem a partir de agora terá uma redução média de 0,4%. Esse mecanismo é utilizado para estimular que o brasileiro prossiga por maios anos em atividade, e, portanto, contribuindo para a previdência, para garantir um rendimento maior quando se aposentar alguns anos à frente.
Porém não podemos perder de vista que, mesmo já tendo passado por reformas que melhoraram o equilíbrio das contas da previdência oficial brasileira, incluindo o próprio fator previdenciário, nossa população está próxima de atingir o seu amadurecimento.
Especialistas estimam que o pico de amadurecimento da população brasileira será atingido em 2022, momento em que a maior parcela das pessoas estará situada na faixa etária em que o ser humano é mais produtivo, havendo um contingente de jovens e idosos proporcionalmente menor e, por isso, mais facilmente amparado pela população ativa.
É por isso que o Brasil tem de se prepara e planejar muito bem seu futuro, pois tenderá a enfrentar problemas hoje vistos em países europeus, em que o envelhecimento da população torna a manutenção dos sistemas previdenciários praticamente insustentável.
Sabemos que a questão da previdência é muito sensível, e falar em eventuais reformas torna-se um exercício extremamente impopular. Hoje, o problema mais sério do déficit previdenciário está superado, especialmente em razão do aumento do contingente de contribuintes com o crescimento do mercado formal de trabalho nos últimos anos. No entanto, essa bonança pode não ser perpétua.
Planejar bem e preparar bases para a reorganização futura de nosso sistema previdenciário oficial são iniciativas que devem ser abordadas desde já, até para evitar reações negativas da sociedade como as assistidas na Europa, onde alguns países foram compelidos a realizar reformas previdenciárias de afogadilho.
Eduardo Pocetti - é CEO da BDO no Brasil, firma-membro integrante da quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services.
Fonte: Administradores
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