SÃO PAULO – Durante todo o período de discussão sobre o reajuste do salário mínimo, que levou centrais sindicais, Governo e oposição a se reunirem diversas vezes sem chegarem a um consenso, havia o discurso de se condicionar a correção da tabela do imposto de renda da pessoa física à aprovação do mínimo de R$ 545, defendido pelo Governo.
Vencida esta etapa – o novo valor deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff até a semana que vem para que entre em vigor na próxima terça-feira, dia 1 de março – o novo desafio do Governo é definir a questão da tabela do IR.
Novo impasse?
O governo já sinalizou que apresentará proposta de manter o reajuste em 4,5%, centro da meta da inflação, como vinha sendo feito nos últimos anos. As centrais sindicais pedem 6,47%, o que pode levar a um novo impasse.
Defasagem
Segundo estudo do Sindifisco Nacional, a tabela está defasada e, para refletir a inflação dos últimos 15 anos, deveria ser corrigida em 64,10%.
De acordo com o sindicato, no período de 1995 a 2002, a tabela do IRPF foi reajustada em 35,59% e, no período de 2002 a 2010, o reajuste foi de 39,03%. “Essas correções foram apenas parciais, não refletindo todo o custo de vida do período”, afirmou, em entrevista ao InfoMoney, Luiz Antonio Benedito, diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional.
No entanto, segundo Benedito, tão ruim quanto a defasagem é a falta de correção da tabela. “A falta de correção passa a onerar mais o trabalhador que ganha menos, pois, em razão de um reajuste salarial que apenas repõe a inflação, por exemplo, ele pode sair da faixa de isenção e passar a ser tributado”, disse.
“Os valores já são irrisórios e fora da realidade, mas, sem o reajuste, ficam pior ainda”, finalizou.
Patricia Alves
Fonte: Site Contábil
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