Por: Equipe InfoMoney - 06/12/10 - 19h48 - InfoMoney
SÃO PAULO – As opiniões dos analistas divergem sobre as medidas anunciadas pelo Banco Central e o CMN (Conselho Monetário Nacional) na última sexta-feira (3) e o impacto sobre o setor bancário, com visões que interpretam as medidas tanto negativamente como também de forma neutra.
Em comunicado conjunto, o BC e o CMN anunciaram a decisão de elevar as exigências de capital de algumas operações de crédito e também o compulsório sobre depósitos à vista e a prazo.
Negativo no curto prazo
Para a equipe de analistas da Ágora Corretora, as novas medidas devem ter impacto negativo para o setor bancário brasileiro no curto prazo, uma vez que “deverá resultar na redução da liquidez no mercado, na queda da demanda por crédito por parte das pessoas físicas, além de maiores pressões no custo de financiamento”.
Mais especificamente, na visão destes analistas, o banco mais afetado deverá ser o Banco do Brasil (BBAS3), pois possuí o menor índice de Basiléia.
Negativo para os grandes bancos
Na opinião dos analistas da Ativa Corretora, as medidas tem impacto negativo para o setor, de modo geral, mas especialmente para os bancos com maior exposição à pessoas físicas, “onde os grande bancos se destacam, com 32% a 38% de suas carteiras de crédito neste segmento”.
Para os analistas, essas medidas reduzem o espaço para concessão adicional de crédito por parte dos bancos, que projetavam crescimento entre 15% e 20% de suas carteiras de crédito no próximo ano e que agora pode ser “significativamente menor”.
Medidas já eram previstas e não trazem impacto
Já para o analista Daniel Abut, do Citi, as medidas anunciadas não devem trazer nenhum impacto material no crescimento da carteira de empréstimos e dos lucros dos bancos.
Essa visão baseia-se na premissa que os grandes bancos brasileiros já haviam antecipado a introdução de uma política monetária mais austera pelo BC e assim já projetavam um crescimento modesto dos empréstimos em 2011.
A expectativa de crescimento do volume dos bancos no próximo ano ficou inalterada, com Abut considerando adequada a projeção de crescimento de 20% das carteiras de crédito de Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil. Já para o Santander (SANB11), a expectativa é um pouco maior: crescimento de 22,5%.
Por fim, o analista cita que a avaliação dos bancos continua sendo “muito atrativa”, ficando desta forma reiterado ponto de vista positivo do setor bancário brasileiro
Fonte: Infomoney
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