O ano inicia e empresas e contribuintes já se preparam para o Imposto de Renda. Confira a entrevista com o diretor do SESCON-RS, Célio Levandovski:
SESCON-RS - Além do envio pré-preenchido para quem tem certificação digital quais as principais alterações do IR em 2014?
Célio Levandovski - A Receita Federal ainda não liberou a instrução normativa, que disciplina o IRPF 2014, mas pelo programa teste temos:
Nos rendimentos isentos foi suprimido o item 25 (Demais Rendimentos dos Dependentes). Agora, o contribuinte vai ter que discriminar em cada item o que é do titular e o que é do dependente. Com isto, a declaração será mais detalhada e trabalhosa, possibilitando um melhor cruzamento dos dados pela Receita Federal.
Nos rendimentos tributados exclusivamente na fonte, foram criados dois itens novos, o 11 (Juros do Capital Próprio) e o 12 (Participação nos Lucros e Resultados), nos quais o contribuinte deverá detalhar o CNPJ e nome por fonte pagadora, além do valor individualizado.
Nos pagamentos e doações efetuadas tem uma função nova que é a importação do arquivo do Plano de Saúde
SESCON-RS - Para as empresas de contabilidade, que prestam o serviço, vai mudar alguma operacionalidade?
Célio Levandovski - Elas devem ter um trabalho maior em relação aos lançamentos dos rendimentos isentos e tributados exclusivamente na fonte, por conta do detalhamento solicitado pela Receita.
Porém aqueles que tiverem a certificação digital de seus clientes pessoas físicas poderão fazer uma declaração com menos possibilidades de cair em malha fina, em função da disponibilização dos arquivos das fontes pagadoras e dos dados da declaração anterior.
Vai ser um bom teste, para ver se a Receita tem capacidade de processamento das informações online. Acho que em alguns momentos o sistema pode ficar bem lento, pois o volume de pessoas acessando o e-cac será bem maior.
SESCON-RS - A tabela mais uma vez recebeu correção abaixo da inflação. Tem alguma explicação plausível para isso?
Célio Levandovski - A explicação, que não é plausível, é que a tabela ficou alguns anos sem correção e depois o IRPF já vinha sendo corrigido em 4,5% ao ano desde 2007. A previsão era acabar com o uso desse índice em 2010. No início de 2011, no entanto, por meio da Medida Provisória 528, o governo resolveu aplicar o mesmo percentual até 2014.
SESCON-RS - Agora existe a faixa dos 22,5%. Qual a tua opinião sobre ela?
Célio Levandovski - É um simples paliativo, pois engloba um numero pequeno de contribuinte, e não compensa o aumento da alíquota final que deveria ser de 25% e foi aumentada para 27,5%, que deveria ser temporária e depois ficou definitiva.
SESCON-RS - Na sua opinião, qual deveria ser o “piso” para declaração do IR?
Célio Levandovski - Acho que o valor inicial de tributação deveria ser de no mínimo R$ 3.000,00.
SESCON-RS - Para quem você sugeriria a declaração simplificada e para quem a completa? Porque?
Célio Levandovski - A Declaração simplificada é interessante para os contribuintes com poucas deduções, onde o desconto simplificado é maior que estas despesas. Mas sempre recomendo que o contribuinte inicie pela declaração completa e ao final observe qual a melhor alternativa, pois o próprio programa avisa, quando a declaração simplificada é a melhor alternativa.
SESCON-RS - Ao decidir pela declaração completa, onde o contribuinte deve redobrar a atenção na hora de preenchê-la?
Célio Levandovski - No lançamentos das despesas médicas e nos rendimentos tributáveis dos dependentes, que são os itens que mais geram pendências nas declarações, fazendo com que o contribuinte “caia na malha fina”.
Fonte: Site Contábil
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