terça-feira, 21 de setembro de 2010

Evento põe em cena a mulher contabilista

Depois da área de recursos humanos, a contabilidade é a que mais tem oferecido espaço para profissionais do sexo feminino


Nos próximos dias 23 e 24, Londrina vai receber 400 mulheres profissionais e empresárias da contabilidade de todo o Paraná. Elas vêm para participar do IV Encontro da Mulher Contabilista, evento que será realizado no Iate Clube de Londrina, e é organizado pela Comissão da Mulher Contabilista, do Conselho Regional da Contabilidade (CRC). Depois da área de recursos humanos, a contabilidade é a que mais tem oferecido espaço para as mulheres profissionais e tanto nos escritórios, como nas cadeiras das universidades já é evidente que mais de 50% dos profissionais são mulheres.


A professora de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria Aparecida Scarpin, confirma que hoje mais de 50% dos alunos desta área na UEL são mulheres. 'E estas mulheres estão saindo da universidade e indo direto para os cargos de chefia, o que é muito positivo', diz a professora que é a responsável local pelo evento.


'Nosso objetivo é ajudar a preparar estas profissionais para alcançarem o máximo do seu potencial, oferecendo todo apoio para que possam buscar sua realização profissional e assumir os cargos por elas almejados', resume a coordenadora estadual da Comissão da Mulher Contabilista, Nilva Maélia Passeto. A mulher à frente da gestão empresarial, ocupando cargos de confiança e as perspectivas do crescimento profissional em um mercado cada vez mais exigente, são os temas centrais do evento.


Para Nilva Passeto, as oportunidades têm se multiplicado e o mercado está valorizando as qualidades que a mulher pode agregar. Enfatiza, no entanto, que as mulheres precisam estar preparadas tanto para perceber as oportunidades, quanto para atender aos desafios que assumir cargos de confiança representam. 'Continua valendo a máxima de que, para serem valorizadas as mulheres precisam estar mais bem preparadas que os homens profissionais porque a cobrança é muito maior', afirma a coordenadora.


De acordo com a empresa de pesquisa Catho, no Brasil de hoje 21,43% das empresas têm mulheres em cargos de liderança e confiança. Mas apenas 26,29% destas empresas têm mulheres na diretoria e só 17,47% delas têm mulheres na vice-presidência. Outro estudo aponta que 55,67% dos cargos de coordenação são ocupados por elas, mas evidencia que quanto maior o nível hierárquico, menor o número de mulheres no cargo.


'A resistência que ainda existe têm de ser vencida pela competência e dedicação. O mercado está se abrindo mas somente para as mulheres que tiverem confiança e segurança no seu desempenho e isto significa investir no trabalho, em formação, mas também em si mesmas, na auto-estima', ressalta Nilva Passeto.


A coordenadora ressalta ainda que a questão da igualdade entre os gêneros, no que diz respeito ao trabalho e renda, vai muito mais além do que as comuns discussões entre machismo e feminismo. 'Estamos falando de uma sociedade mais justa e igualitária, com oportunidades iguais para todos de acordo com a competência de cada um'. Ela lembra que de acordo com a própria ONU, se os salários das mulheres fossem equiparados ao dos homens o impacto sobre o PIB seria de 9% nos EUA; 13% na Europa e 16% no Japão.


Dentro desse contexto vale reforçar que, no mundo, as mulheres já representam 66% da força de trabalho e 50% da produção de alimentos está nas mãos delas. Enquanto isso, na contramão, o que as mulheres ganham representa apenas 10% da renda total, e elas respondem apenas por 1% da propriedade.

 
Fonte: Site Contábil

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