terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SERÁ QUE OS CONTABILISTAS SÃO CULPADOS PELOS FRACASSOS DE EMPRESAS?

Júlio César Zanluca

Obviamente que não. Entretanto, podem ter maior ou menor participação no seu sucesso.

Por fracasso entenda-se não atingir a meta econômica de qualquer empresa (lucro). Fatores de mercado, má gestão de caixa, falta de capital de giro, ausência de inovação ou incompetência técnica são considerados determinantes no fracasso empresarial.

Nos meus anos como consultor constatei que empresas desorganizadas geram contabilidade desorganizada. Isto não significa que o contabilista era responsável pela “bagunça”, tão somente que, a despeito de seus esforços, os administradores não priorizavam a gestão de informações e isto se refletia, obviamente, na escrituração contábil.

Contabilistas são profissionais zelosos, disciplinados, metódicos e laboriosos. Como em toda classe profissional, há aqueles que não merecem confiança, porém nunca vi uma empresa fechar exclusivamente por causa de seu contabilista.

Um bom contabilista pode, sim, ser ferramenta importante em evitar o fracasso empresarial, na medida em que seus esforços de educar o sócio ou administrador da importância da contabilidade devidamente regularizada, útil para análises gerenciais.

Contabilistas que meramente escrituram Livro Caixa ou livros fiscais estão prestando um desserviço às empresas que os contrataram. Melhor seria, nestas circunstâncias, elaborar relatórios e pareceres, informando ao contratante a vantagem da contabilidade, entre as quais, as possibilidades relativas ao planejamento tributário e o acesso ao crédito bancário pela maior transparência nos números e contas da empresa.

Isto tudo dá muito trabalho, mas esta é a tarefa de nossa profissão: sermos úteis a quem nos contrata, potencializando nossos conhecimentos em prol do crescimento econômico (e porque não dizer social) dos beneficiados de nossos serviços.

Não contribuímos para o fracasso de empresas, ao contrário, contribuímos para o sucesso. Porém, comodismo, negligência ou preguiça podem gerar conseqüências que agravam uma eventual situação fragilizada de qualquer empreendimento.

Júlio César Zanluca é Contabilista e Autor de Obras Técnicas nas Áreas Contábil e Tributária, entre as quais, Contabilidade de Custos, Contabilidade Tributária e Contabilidade Gerencial.

Fonte: Portal de Contabilidade

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