quinta-feira, 21 de julho de 2011

Arrecadação bate novo recorde em junho

Receita recolheu R$ 471,3 bi no 1º semestre graças ao pagamento de débitos em atraso

Impulsionada pelo pagamento de débitos atrasados, a arrecadação de tributos federais voltou a bater recorde em junho e fechou o primeiro semestre de 2011 em quase meio trilhão de reais.

De janeiro a junho, a Receita Federal recolheu R$ 471,3 bilhões, valor 12,6% superior ao arrecadado no mesmo período do ano passado.

Em junho, porém, houve um pagamento de R$ 6,7 bilhões referentes à antecipação de parcelas do Refis da Crise, um programa de renegociação de dívidas da Receita Federal.

Quem antecipasse o desembolso até o mês passado teria descontos de até 100% em juros e multas.

Com isso, o valor pago em tributos chegou a R$ 82,7 bilhões. Mesmo com a previsão de um pagamento adicional de até R$ 1,2 bilhão por mês referente a débitos do Refis, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, acredita que o crescimento real -já descontada a inflação- da arrecadação será de 10% neste ano.

"Mantemos a expectativa de uma tendência de acomodação da arrecadação acompanhando o comportamento da economia", afirmou.

GASTOS

Para o economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências, o aumento na arrecadação pode levar outras pastas do governo federal a pressionar a área econômica a elevar os gastos.

Isso poderá ter um efeito negativo no próximo ano, quando, segundo ele, a arrecadação tenderá a cair por conta da redução da atividade econômica.

Para ele, o momento é de o governo economizar mais para, assim, diminuir a pressão sobre a inflação e dar espaço para o Banco Central reduzir juros.

"A arrecadação acaba ditando a dinâmica fiscal. O governo perde a oportunidade de gerar uma estratégia que poderia levar à redução da taxa de juros e motivar o aumento do investimento", completa.

Lorena Rodrigues

Fonte: Site Contábil

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