quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Melhor gestão garante mais vida às pequenas

Superar a barreira do primeiro ano de vida sempre foi motivo de preocupação para novos empreendedores. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a mortalidade das micro e pequenas empresas de São Paulo chega a 27% ao ano. Isso significa que, de cada dez empresas que abriram as portas no início de 2010, sete conseguirão chegar em dezembro a pleno vapor. Mas, para quem acha que superado esse obstáculo as coisas melhoram, saiba que 42% das corporações abertas há cinco anos se mantêm no negócio.

"Conforme o tempo passa, a mortalidade das empresas entra em um ritmo decrescente. Percentualmente, parece maior com cinco anos do que com um, mas proporcionalmente, ela cai. Isso significa que aumenta a chance de o empreendedor continuar no mercado conforme o tempo passa", explica Pedro João Gonçalves, consultor de planejamento do Sebrae São Paulo. Ele diz, entretanto, que empreender é uma atividade de risco e isso nunca pode ser ignorado, independentemente do tempo da empresa. "O empreendedor não pode descuidar da gestão e de tudo que pode afetar o andamento do negócio", afirma.

Opinião semelhante tem o empreendedor Jorge Nahas, CEO de O Melhor da Vida (www.melhordavida.com.br), agência virtual de marketing de experiência. A empresa acaba de completar cinco anos, atuando com o mercado corporativo e varejo, onde oferece vivências experimentais como voos de balão, jantares sensoriais, massagem relaxante e passeios de Ferrari. "O produto ou serviço que será vendido é o último item de preocupação, pois se a gestão não funcionar direito as chances do produto ser bem entregue com qualidade diminuem consideravelmente", afirma.

Fluxo de caixa – De acordo com o empresário, definir a missão da empresa e as etapas para atingi-las é um dos principais pontos para ser bem-sucedido, especialmente nos primeiros anos de vida. Ficar atento ao fluxo do caixa – sempre – é outro. "O caixa é como o sangue do negócio, se ele não tiver fluxo correto, todo o resto falha", compara.

Manter uma equipe motivada e comprometida com os resultados também é importante, já que isso evita a rotatividade dos colaboradores. Não por acaso, a equipe de O Melhor da Vida, formada por 15 pessoas, recebe bônus e premiações por metas diárias e mensais. Mas os percalços também acompanharam a companhia nesses cinco anos.


De acordo com Nahas, o maior obstáculo é a questão do capital. "Nós queríamos crescer rapidamente, mas com baixo endividamento. Por isso, o capital inicial da empresa foi próprio e, nos anos seguintes, tentamos não nos endividar com os bancos, o que causou algumas dificuldades, pois se manter atualizado em termos de tecnologia, alma do nosso negócio, e também nas parcerias, custa dinheiro", afirma.


Segundo o empreendedor, a empresa só alcançou equilíbrio após dois anos e meio de mercado. Mas de lá para cá, não parou de crescer. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, o faturamento subiu 39% em relação a igual período do ano passado, acima da meta estabelecida para o período.


O custo do fracasso das empresas

Infelizmente, muitos empreendedores vão esquecendo as lições iniciais do negócio conforme o tempo passa. Para se ter uma ideia, a pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de 2010 sobre a mortalidade das companhias aponta que, no ano de 2008 (data da realização do levantamento), 84 mil micro e pequenas empresas com até cinco anos de atuação encerraram suas atividades, o que representa o fechamento de 348 mil ocupações.


De acordo com a pesquisa, esses encerramentos representam um custo financeiro de R$ 19,6 bilhões por ano, sendo R$ 1,4 bilhão referente ao capital investido. Para se ter uma ideia, o valor equivale a 811 mil veículos populares, 20 milhões de computadores ou 67 milhões de cestas básicas.


Frustração foi o que 29% dos empresários sentiram quando tiveram o negócio encerrado. Outros 19% disseram ter sentido mágoa e tristeza e 9%, alívio. (PB)


Empreendedorismo em Paraisópolis

O evento é uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e os encontros abordam temas ligados à capacitação profissional e empreendedorismo.

Há um empreendedor dentro de todos nós. É preciso despertá-lo e obter conhecimentos para transformar esta vocação em realidade. Esse foi o tema da palestra realizada no último dia 23 de setembro em Paraisópolis, na capital paulista, no Instituto Israelita de Responsabilidade Social do Hospital Albert Einstein. O evento é uma parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e os encontros abordam temas ligados à capacitação profissional e empreendedorismo.

O evento foi elaborado para os moradores da comunidade, considerando que muitos atuam como empreendedores e geralmente não têm consciência disso ou precisam de orientação para transformar a vocação em um negócio ou em ações comunitárias concretas.

Marcelo Lopes, analista do Sebrae, citou os principais fatores que tornam um empreendimento bem-sucedido. Entre eles, a atividade escolhida, a pesquisa para identificar o público-alvo, a análise da concorrência no entorno e a flexibilidade nas relações com os interlocutores (público-alvo, fornecedores e concorrentes).

Reações – Para Eliane Farias, que enquanto termina o curso de administração de empresas vive da produção artesanal, o evento foi importante pois ouviu as observações sobre a necessidade de adoção de um método de trabalho, de uma estratégia de divulgação e, principalmente, de procurar clientes certos para oferecer seus artesanatos. "Pretendo fazer pós-graduação e, talvez, vou escolher a área de empreendedorismo e gestão inovadora", afirmou.

Para Maria Costa, a palestra forneceu informações para montar uma loja de móveis usados. Ela pretende incrementar o visual do estabelecimento e oferecer produtos de melhor qualidade.

Adriana de Souza está desempregada. Pretende montar um salão de beleza. Ela constatou que necessita buscar o diferencial citado pelo palestrante, pois existem muitos estabelecimentos deste tipo na vizinhança.

Sebrae-SP ganha outro portal

Para estimular iniciativas de empreendedorismo, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP) realizará em outubro, Mês do Empreendedor, atividades voltadas ao seu aperfeiçoamento. Além de seminários e rodadas de negócios, o Sebrae-SP ganhará um outro portal.

Para marcar o início da operação da ferramenta, será realizado um talk show com Rafinha Bastos, Alexandre Inagaki, Rosana Hermann e Bia Granja sobre o tema Navegando em um Mar de Oportunidades, em que serão discutidas as perspectivas do empreendedorismo digital. O evento será amanhã, às 19 horas, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital.

No novo portal, haverá dicas nos links: Criando uma empresa, Melhorando uma empresa, Empreendedores do futuro e Empresas em rede. No primeiro, há simuladores de negócios, cursos à distância e diversos tipos de quiz. No seguinte, um calendário de encontros empresariais, como a Feira do Empreendedor que proporciona a troca de experiências com outros empresários.

Patrícia Büll

Fonte: Site Contábil

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