De olho nos 25 milhões de contribuintes que devem declarar o Imposto de Renda neste ano, os bancos já colocam no mercado linhas de crédito para antecipar a restituição. A modalidade tem juros mais baixos, por ter menor risco de inadimplência, e pode ser alternativa para substituir dívidas no cheque especial, cartão de crédito rotativo e até mesmo empréstimo pessoal. Mas é necessário planejamento para não se atrapalhar no futuro e apenas adiar o problema.
“A declaração deve estar na mais absoluta ordem. Se cair na malha fina e não receber a restituição, o contribuinte poderá se complicar com a nova dívida”, afirma o educador financeiro Mauro Calil. O consumidor também deve se preparar para a possibilidade de receber a restituição apenas no último lote e, portanto, pagar mais juros pelo empréstimo.
Ao todo, serão sete lotes de restituição este ano, com início em junho e término em dezembro. Quanto antes o documento for entregue à Receita Federal, mais cedo vem o crédito e mais rapidamente o contribuinte poderá quitar o empréstimo.
Em 2011, quase 570 mil pessoas tiveram o documento retido pelo Fisco, a maioria por omissão de rendimentos, de titular ou dependente. Divergências em despesas médicas e informações incorretas sobre a fonte pagadora foram os outros dois motivos que mais levaram à malha fina.
As taxas cobradas pelos bancos para antecipar a restituição variam de 2,30% ao mês (no caso do Banco do Brasil) a 3% (no Bradesco). Como comparação, a média dos juros praticados para empréstimo pessoal ficou em 3,99% ao mês em janeiro, de acordo com a última pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Já o rotativo do cartão de crédito estava em 10,69% ao mês, enquanto o cheque especial cobrava 8,34%.
Prazos e juros do mercado
A linha para clientes do Itaú Unibanco tem como limite mínimo R$ 500 e juros a partir de 2,60% ao mês. O pagamento é feito em parcela única na data do recebimento da restituição ou em 17 de dezembro, o que ocorrer primeiro.
Já no Bradesco, a taxa prefixada é de a partir de 3% ao mês e o empréstimo está limitado a R$ 20 mil. Os clientes que recebem salário por crédito em conta podem antecipar 100% do valor, enquanto os demais têm o limite de 80%. O empréstimo também será quitado em parcela única e o vencimento tem prazo máximo em dezembro.
No Banco do Brasil (BB), a linha igualmente antecipa até 100% do valor do crédito, limitado a R$ 20 mil para operações com garantia de fiança. Sem esta garantia, o teto é de R$ 5 mil. São cobrados juros a partir de 2,30% ao mês e o pagamento é debitado em conta na data da restituição ou em 28 de fevereiro de 2013. No ano passado, o volume contratado em antecipações no BB chegou a R$ 395 milhões, em 233 mil empréstimos.
A Caixa Econômica Federal, por sua vez, permite antecipar até 75% do valor da restituição, com limites entre R$ 610 e R$ 30 mil. O prazo máximo para pagamento é 30 de dezembro de 2012 e são cobrados juros de 2,80% ao mês, para primeira contratação, ou 2,42%, para clientes que já fizeram uso do produto.
No Santander, o produto adianta 100% do valor a ser restituído, com taxas a partir de 2,99% ao mês e limite mínimo de R$ 100. O vencimento máximo da operação é 20 de dezembro de 2012 e o crédito é sujeito a aprovação.
Já no HSBC, o cliente pode antecipar 100% do valor, com limites entre R$ 300 e R$ 30 mil. A operação não precisa de garantia. A liquidação do empréstimo será automática, no momento do recebimento da restituição ou até março de 2013. O cliente tem a opção de diminuir ou quitar o saldo devedor quando quiser.
Texto confeccinado por: Bianca Pinto Lima
Fonte: Site Contábil
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